sexta-feira, 13 de março de 2009

O poder de um Abraço


Vivemos rodeados de pessoas que por este ou por aquele motivo nos abraçam e a quem nós abraçamos, algumas vezes sem qualquer tipo de razão subjacente. Mal sabemos que um abraço pode ter tanto de sincero como de ilusório, quando simplesmente a razão se esconde por detrás da emoção e tudo quanto sentimos é o aqui e o agora de um momento que gostávamos de perpetuar... Ficamos tão embriagados... envolvidos em tais abraços que acabamos por viajar para realidades paralelas e fantasiadas que nem sempre vão ao encontro das nossas expectativas, dos nossos sonhos...dos nossos sentimentos... Abraçamos um pai ou uma mãe, quando apenas lhes desejamos uma boa noite... Viajo até à infância, até aos momentos em que ninguém estava, mas eles sim... Abraçamos um Amigo, depois de uma longa temporada de afastamento, abraçamos outro Amigo simplesmente porque sim, ou porque ele ou nós possamos estar a precisar de um aconchego... Viajo até ao futuro e questiono-me se estarão lá comigo?...Abraçamos um filho na tentativa de dar continuidade aquela sensação de que são nossos... mas no fundo sabemos que não são... Viajo até à imensidão de sentimentos e emoções inerentes às diferentes etapas da vida de um filho... Com a Carolina já fui até à adolescência... E abraçamos aquela pessoa especial. Aquela pessoa cujos braços são tão seguros como um rochedo pré-histórico, e onde nada nem ninguém nos poderá atingir, abalar ou entristecer, porque é nesse abraço que pensamos quando o mundo está de pernas para o ar e para onde corremos quando começam as tempestades. Nunca percebi porque razão sempre se fala tanto no primeiro beijo e nunca se lembra o primeiro abraço. Fazendo uma retrospectiva da minha vida, consigo recordar-me do primeiro abraço de quase todas as pessoas que hoje me são especiais. Porque é nesse abraço que por vezes me encontro, me questiono e descubro vezes sem conta aquilo que realmente sou. Quando o corpo se desprende da alma e como se da imagem de um filme se tratasse, esta pudesse observar tudo lá do alto de quem somos. Agradeço todos os dias esta capacidade que tenho de viajar e deixar que a minha imaginação encaminhe a minha alma para essas realidades que no fundo, apesar de serem difíceis de alcançar, eu ambiciono criar. Depois... o abraço termina, a alma regressa ao seu habitat temporário e percebemos se viajámos junto de quem abraçámos... ou sós... e por vezes custa um pouco perceber que apesar do coração se acelerar...a nossa viagem foi mais solitária do que nunca. Mas o contrário também acontece... Por vezes senti-mo-nos envoltos num abraço que julgamos não nos transportar absolutamente para lado nenhum e quando damos por isso... já lá estamos e o melhor... bem acompanhados! Desafio todos os meus visitantes a questionar um só abraço... Será que se lembram? Será que também viajam, ou mais uma vez, serei a única louca a pensar nestas coisas? Fica o desafio! Um Abraço forte para todos! :) PAZ